Anemia Nutricional em Filhotes: Como Diferenciar de Doenças Infecciosas
- Giovana Balarin
- 14 de out.
- 2 min de leitura

A anemia em filhotes é uma das alterações hematológicas mais comuns na rotina clínica veterinária. No entanto, nem toda anemia em jovens é infecciosa. Deficiências nutricionais, especialmente de ferro, cobre, vitamina B12 e ácido fólico, podem causar quadros anêmicos semelhantes aos observados em doenças como erliquiose ou babesiose.
Saber reconhecer os padrões laboratoriais e o contexto clínico é essencial para evitar diagnósticos precipitados e tratamentos desnecessários.
1. Causas da anemia nutricional em filhotes
Nos primeiros meses de vida, os filhotes passam por rápido crescimento e alta demanda metabólica. Quando a dieta é desequilibrada ou o desmame é precoce, pode ocorrer deficiência de micronutrientes essenciais à eritropoiese.
As causas mais comuns incluem:
Dietas caseiras sem suplementação adequada, rações pobres em valor nutricional e rações inadequadas para filhotes.
Leite de vaca ou substitutos pobres em ferro e vitaminas.
Parasitismos gastrointestinais severos, que agravam a deficiência.
🔍 2. Achados hematológicos típicos
O hemograma é o principal aliado no diagnóstico.
Padrão clássico:
VCM ↓ (microcitose)
CHCM ↓ (hipocromia)
RDW ↑ (anisocitose discreta)
Reticulócitos baixos ou ausentes → anemia não regenerativa
Morfologia: hemácias pequenas e pálidas, sem sinais de destruição.
Esse perfil é típico de anemia ferropriva — a forma mais comum de anemia nutricional.
Podemos ter também uma anemia normocítica e normocrômica, a microcitose e hipocromia costumam aparecer após um prazo médio a longo de nutrição inadequada ou infestação de parasitas.
⚔️ 3. Como diferenciar de anemia infecciosa
As anemias infecciosas (como erliquiose, hemoplasmose, babesiose) apresentam padrões distintos:
👉 Em filhotes saudáveis e sem histórico de febre, a presença de anemia microcítica hipocrômica com plaquetas normais sugere fortemente causa nutricional.
🧫 4. Diagnóstico complementar
Além do hemograma, vale solicitar:
Exame coproparasitológico → excluir parasitismo intestinal.
Dosagem de ferro sérico e ferritina.
Bioquímica básica (ureia, creatinina, proteínas) para avaliar comorbidades.
Avaliação da dieta e histórico alimentar com o tutor.
🩺 5. Conduta clínica e prevenção
Corrigir a dieta com ração de qualidade ou suplementação específica.
Tratar parasitoses intestinais.
Reforçar com complexos vitamínico-minerais sob supervisão veterinária.
Monitorar o hemograma após 2–3 semanas de tratamento.
A melhora gradual do hematócrito e da coloração das hemácias confirma o diagnóstico nutricional e o sucesso do tratamento.
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