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Doenças Endócrinas e a Medula Óssea: Como Hormônios Influenciam a Eritropoiese

  • Foto do escritor: Giovana Balarin
    Giovana Balarin
  • 30 de set.
  • 2 min de leitura


Cachorro da raça Pug com olhar triste em sobreposição a mão segurando um tubo de sangue

A produção de células sanguíneas pela medula óssea é um processo altamente regulado por fatores locais e sistêmicos. Entre esses reguladores, os hormônios endócrinos desempenham um papel essencial. Alterações no eixo hormonal podem se refletir diretamente no hemograma, modificando parâmetros como hematócrito, contagem de leucócitos e plaquetas.

Hormônios tireoidianos, cortisol e insulina podem influenciar a eritropoiese em cães e gatos e impactam os achados hematológicos.


1. Hormônios tireoidianos e eritropoiese

  • T3 e T4 estimulam o metabolismo celular e aumentam a sensibilidade da medula óssea à eritropoietina (EPO).

  • Hipotireoidismo: pode causar anemia discreta, geralmente normocítica normocrômica não regenerativa, por redução da taxa metabólica e da resposta eritropoiética.

  • Hipertireoidismo (mais em gatos): acelera o metabolismo, podendo aumentar o consumo de oxigênio tecidual e estimular discretamente a eritropoiese; em alguns casos, observa-se hematócrito elevado.


2. Cortisol e resposta medular

  • O cortisol (endógeno ou exógeno) afeta a produção e distribuição de células sanguíneas.

  • Estimula a liberação de neutrófilos segmentados (neutrofilia de estresse).

  • Prolonga a vida útil das hemácias,

  • Quando em excesso pode levar a linfopenia por reter os linfócitos em tecidos linfóides (baço e linfonodos) e a eosinopenia por inibir a produção e liberação dos eosinófilos pela Medula Óssea.

  • Hipoadrenocorticismo: pode estar associado a anemia leve, além de linfocitose e eosinofilia relativas.


3. Insulina e metabolismo eritropoiético

  • A insulina não atua diretamente sobre a medula, mas regula o metabolismo energético das células.

  • No diabetes mellitus, a hiperglicemia crônica pode causar glicosilação de proteínas e membranas, prejudicando a sobrevida das hemácias.

  • Alguns pacientes diabéticos desenvolvem anemia discreta, associada também a processos inflamatórios secundários ou doença renal concomitante.


4. Integração clínica: quando desconfiar de alteração endócrina

  • Pacientes com anemia leve a moderada sem causa aparente devem ter distúrbios endócrinos investigados.

  • Alterações sutis no hemograma (linfopenia, eosinopenia, anemia sem regeneração) podem ser sugerir quadros crônicos como doenças endócrinas.

  • A integração entre hemograma + exames hormonais é fundamental para chegar ao diagnóstico correto.


Conclusão

Doenças endócrinas impactam diretamente a medula óssea e a eritropoiese, e esses reflexos podem ser detectados no hemograma. Reconhecer esses padrões ajuda o clínico a levantar hipóteses diagnósticas mais precisas e integrar a patologia clínica com a endocrinologia veterinária.


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