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🩺 Como Coletar, Armazenar e Interpretar Líquidos Cavitários: Passo a Passo Prático

  • Foto do escritor: Giovana Balarin
    Giovana Balarin
  • 19 de jul.
  • 2 min de leitura
Tubos de ensaio em estante, uns contém liquido amarelo

A avaliação dos líquidos cavitários é uma ferramenta essencial na rotina clínica e laboratorial veterinária. Tanto para diagnosticar quanto para monitorar diversas patologias, saber como coletar, armazenar e interpretar corretamente esses líquidos pode fazer toda a diferença no prognóstico dos pacientes.


O que são líquidos cavitários?

Os líquidos cavitários são fluidos que podem se acumular nas cavidades corporais:


  • Pleural – entre as pleuras (pulmões)

  • Peritoneal (ascítico) – cavidade abdominal

  • Pericárdico – ao redor do coração


O acúmulo desses líquidos normalmente está relacionado a processos patológicos, como insuficiência cardiaca ou hepática, inflamações, infecções, neoplasias ou traumas.


Como coletar líquidos cavitários

  • Materiais necessários:

    • Agulha (20x5 ou 25x7, conforme o paciente)

    • Seringa (5 a 20 mL, dependendo do volume estimado)

  • Tubos:

    • EDTA (para citologia)

    • Frasco seco (para bioquímica, cultura ou outros exames)

    • Para cultura: enviar na seringa

  • Antisséptico (clorexidina ou álcool 70%)

  • Luvas estéreis

  • Ultrassom (opcional, mas indicado)


Técnicas de punção:

  • Toracocentese (líquido pleural):

    • Posição: animal em estação ou decúbito esternal

    • Local: 6ª a 8ª costela, no terço médio inferior do hemitórax

    • Evitar lesões pulmonares com punção cuidadosa no espaço intercostal

  • Abdominocentese (líquido ascítico):

    • Posição: decúbito dorsal ou quadrupedal

    • Local: linha média abdominal, 1 a 2 cm caudal ao umbigo

    • Aspiração suave para evitar danos

  • Pericardiocentese:

    • Técnica mais delicada, indicada com suporte por imagem

    • Posição: decúbito lateral direito

    • Local: 4º ou 5º espaço intercostal, lado direito


Como armazenar corretamente

  • Coletar mínimo de 1-2 mL em tubo com EDTA para citologia (impede coagulação e preserva as células).

  • Coletar volume adicional em tubo seco para exames bioquímicos, culturais ou PCR.

  • Refrigerar a amostra se não for analisada em até 30 minutos.

  • Evitar congelamento, que destrói elementos celulares.

  • Enviar ao laboratório o mais rápido possível.


Classificação das efusões:

  • Transudato puro: Proteínas: < 2,5 g/dL; Células: < 1000 céls/µL; Cor e Aspecto: Claro, incolor

  • Transudato modificado: Proteínas: 2,5–3,0 g/dL; Células: 1000–5000 céls/µL; Cor e Aspecto: Amarelado, levemente turvo

  • Exsudato: Proteínas: > 3,0 g/dL; Células: > 5000 céls/µL; Cor e Aspecto: Turvo, espesso


Além disso existem classificações específicas de Efusões e outras informações que devem ser consideradas para definir a classificação.


O que observar na citologia

  • Predomínio celular: Ex: neutrófilos degenerados → sugestivo de infecção

  • Bactérias intracelulares: indicam processo infeccioso ativo

  • Presença de células neoplásicas: avaliar pleomorfismo e atipias

  • Macrófagos reativos: comuns em efusões crônicas


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A análise e interpretação dos líquidos cavitários é uma peça-chave no diagnóstico de diversas condições clínicas. Dominar a técnica de coleta, armazenar corretamente e interpretar com base em raciocínio clínico laboratorial é essencial para tomar decisões seguras e embasadas.


 
 
 

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