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Correlação entre Urinálise e Exames de Sangue na Avaliação da Função Renal em Cães e Gatos

  • Foto do escritor: Giovana Balarin
    Giovana Balarin
  • 26 de ago.
  • 2 min de leitura


Gato e cachorro enconstados um no outro com imagem de pote de urina no fundo

A avaliação renal em cães e gatos não deve se apoiar apenas em um exame isolado. A urinálise fornece dados precoces e diretos sobre a saúde dos rins, enquanto exames séricos como ureia, creatinina e SDMA permitem avaliar o comprometimento funcional. Quando integrados, oferecem um panorama muito mais confiável para diagnóstico e monitoramento de doenças renais.


1. O papel da urinálise na avaliação renal

A urinálise é o exame mais acessível e sensível para investigar alterações iniciais do sistema urinário.

  • Densidade urinária (DU): permite inferir a capacidade de concentração renal. Hipostenúria ou isostenúria são sinais de alerta precoce.

  • Proteinúria: quando persistente, pode indicar lesão glomerular.

  • Sedimento urinário: cilindros, hemácias e leucócitos auxiliam na diferenciação entre doenças renais e pós-renais.

2. Exames séricos: ureia, creatinina e SDMA

  • Ureia: produto do metabolismo de proteínas, sofre influência da dieta, hidratação e catabolismo proteico. Sozinha não é confiável para avaliar função renal, mas acompanha aumento da creatinina.

  • Creatinina: produto do metabolismo muscular, mais específica, mas só se eleva quando cerca de 75% da função renal está perdida.

  • SDMA (Dimetilarginina Simétrica): biomarcador renal, mais sensível, capaz de detectar perda de função renal antes da creatinina, porém não é específico e não deve ser utilizado de forma isolada.

3. Correlação prática entre urinálise e bioquímica

  • Ureia/Creatinina elevadas + DU baixa: indicam perda da capacidade de concentração (doença renal crônica).

  • Ureia elevada + DU normal/alta: pode estar associada à desidratação ou aumento do catabolismo proteico, sem lesão renal primária.

  • Creatinina normal + proteinúria persistente: alerta precoce de lesão glomerular.

  • SDMA elevado + urinálise alterada: forte indicativo de disfunção renal inicial, mesmo antes da creatinina subir.

4. Importância da interpretação integrada

Nenhum parâmetro deve ser analisado isoladamente. A correlação entre urinálise, exames séricos e quadro clínico permite diferenciar:

  • Doença renal crônica (DRC) de causas pós-renais ou pré-renais;

  • Azotemia pré-renal (desidratação, hipoperfusão) da azotemia renal (lesão intrínseca).

    Essa abordagem é essencial para estabelecer diagnóstico, estadiar a doença e definir condutas terapêuticas adequadas.

Conclusão

A integração entre urinálise, ureia, creatinina e SDMA transforma a interpretação laboratorial em uma ferramenta poderosa para o clínico veterinário na avaliação renal de cães e gatos. Esse raciocínio evita diagnósticos equivocados e melhora o manejo de pacientes nefropatas.



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