🩸 Idade, Raça e Estado Fisiológico: Como Essas Variáveis Influenciam os Valores de Referência do Hemograma em Cães e Gatos?
- Giovana Balarin
- 21 de jul.
- 3 min de leitura

🔎 Por que entender os valores de referência com contexto?
Os valores de referência do hemograma em cães e gatos são essenciais para a interpretação clínica dos achados laboratoriais. No entanto, esses valores não são universais — variam conforme idade, raça, sexo, estado fisiológico e espécie.
Conhecer essas variações fisiológicas evita interpretações equivocadas e diagnósticos errados, visto que muitos laboratórios podem fornecer referências gerais, sem mudanças por idade, por exemplo.
📌 Nem toda alteração no hemograma é sinônimo de doença!
🐾 1. Idade: Hemogramas diferentes ao longo da vida
👶 Filhotes
Eritrograma: em geral, filhotes de cães e gatos têm valores mais baixos de hemoglobina, hematócrito e número de hemácias.
Isso se deve à transição da hematopoese fetal para a hematopoese definitiva.
Leucograma: pode haver leucocitose fisiológica e linfocitose discreta.
Plaquetas: geralmente dentro da normalidade, mas com tendência ao aumento leve.
Filhotes são mais ativos e podem facilmente liberar adrenalina durante a coleta.
💡 É comum interpretar como anemia leve ou linfocitose reacional em filhotes saudáveis — por isso, a idade deve sempre ser considerada.
🧓 Animais geriátricos
Tendência à leucopenia leve e discreta anemia normocítica normocrômica, associadas ao envelhecimento da medula óssea.
Algumas raças (como Poodle ou Dachshund idosos) podem apresentar menor contagem de plaquetas, sem que haja trombocitopenia clínica.
Atenção para doenças subclínicas comuns nessa faixa etária que podem alterar o perfil hematológico.
🔍 A interpretação em idosos exige correlação com exames bioquímicos e sinais clínicos.
🐶🐱 2. Raças e Espécies: diferenças genéticas que afetam o hemograma
Raças caninas
Greyhounds e Galgos: apresentam hematócrito e hemoglobina elevados de forma fisiológica, podendo ultrapassar 60% sem desidratação ou eritrocitose patológica.
Akita e Shiba Inu: têm hemácias menos volumosas (VCM baixo) podendo levar a uma falsa microcitose.
Poodles e Cavalier King Charles Spaniel: podem ter trombocitopenia leve e crônica, mas clinicamente insignificante.
Lhasa Apso e Schnauzer: tendência à basofilia discreta e eosinofilia leve, sem relação com parasitismo.
Felinos
Comum apresentar alterações relacionadas a estresse agudo (liberação de Adrenalina) como: Linfocitose e Agregados Plaquetários.
🤰 3. Estado fisiológico: o que esperar?
Gestação
Leucograma com leucocitose leve a moderada, especialmente neutrofílica, pode ocorrer devido ao aumento fisiológico da demanda metabólica e estímulo hormonal (ex: progesterona).
Pode haver hemodiluição, levando a leve queda do hematócrito e hemoglobina.
Durante o parto e pós-parto imediato, é comum ver neutrofilia com desvio à esquerda leve, que não indica infecção.
Pós-operatório / Lactação
A lactação pode causar leve hiperproteinemia e aumento no volume plasmático, refletindo nos parâmetros hematológicos.
Pós-operatório recente pode gerar neutrofilia de estresse, acompanhada de linfopenia.
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✅ Valores de referência organizados ✅ Alterações por faixa etária ✅ Causas fisiológicas e patológicas explicadas ✅ Mapas mentais e exemplos clínicos
Ao interpretar um hemograma, o conhecimento técnico precisa andar lado a lado com a avaliação do contexto clínico do paciente. Ignorar fatores como idade, raça ou estado fisiológico pode levar a erros de diagnóstico ou até tratamentos desnecessários.
Sempre que possível, utilize valores de referência ajustados à espécie, faixa etária e características do animal.
Não esqueça também de considerar: estado fisiológico, medicamentos e nutrição!
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